Evento 14/08/2025

Educação e transformação: lideranças do setor destacam o papel do conhecimento no futuro do mercado de seguros

A importância da educação como alicerce para a competitividade e a transformação do mercado segurador marcou um dos debates do segundo dia do XVI Seminário de Gestão de Riscos e Seguros – Expo ABGR 2025. O painel (intitulado “Educação: a importância do desenvolvimento profissional e cultural no mercado de seguros”) reuniu Vanessa Mota de Souza, diretora da ABGR e moderadora; Ney Dias, presidente da FenSeg; Maria Helena Monteiro, diretora de Ensino da Escola de Negócios e Seguros (ENS); e Walter Polido, mestre em Direito e árbitro em seguros e resseguro.

No encontro, especialistas reforçaram que o avanço tecnológico, as mudanças regulatórias e a crescente complexidade dos riscos exigem atualização constante de competências técnicas e comportamentais. A necessidade de “aprender, desaprender e reaprender” permeou temas como a nova Lei do Seguro, o impacto de riscos emergentes — climáticos, cibernéticos, reputacionais e regulatórios — e a urgência de aproximar o setor da cultura de inovação e do aprendizado contínuo.

Para Ney Dias, o momento é de reflexão e ação: “Como disse Derek Bok, ex-reitor de Harvard, ‘se você acha a educação cara, experimente a ignorância’. Essa frase vale para uma pessoa, para uma família e vale para um país. Vivemos um cenário em que as tecnologias e novas demandas exigem que desaprendamos parte das nossas referências para estarmos abertos ao novo. Não adianta reclamar que a profissão mudou. O importante é saber se estamos nos preparando para outros universos e indústrias.”

Ele destacou que a transformação em curso no mercado segurador exige atualização operacional e capacitação profissional de risk managers, corretores e seguradoras. “Os riscos mudaram. Alguns desapareceram, mas surgiram outros, como o cyber risk, que hoje deixa uma grande lacuna de cobertura no Brasil.”

Maria Helena Monteiro abordou a mudança de mentalidade que o setor precisa adotar, lembrando que a evolução no perfil profissional exige habilidades técnicas e também soft skills, como comunicação, liderança e resolução de conflitos. Ela citou o envelhecimento da força de trabalho e defendeu o retorno dos corretores de seguros à sala de aula.

Walter Polido, que atuou no jurídico do IRB (RE) durante o monopólio do resseguro no Brasil, reforçou que todos os profissionais, em especial gestores de risco e corretores, precisam atualizar seus conhecimentos para atuar como analistas efetivos e aproximar os produtos das práticas de mercados maduros. Informação, nesse cenário, é ferramenta estratégica. “Não existe pílula mágica. Tem que estudar.”

Encerrando, Vanessa Mota de Souza ressaltou que investir em educação é investir na sustentabilidade do setor: “Num momento de transição como este, aprofundar o conhecimento é essencial para navegar nas mudanças e fortalecer o mercado.”

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