A diretoria da FenSeg para o triênio de 2019 a 2022 contará com quatro empresários de destaque no mercado como vice-presidentes. Para conhecer as propostas desses executivos para a Federação e sua interlocução com o crescimento da área de seguros do Brasil, o site da FenSeg está realizando estrevistas especiais e a primeira é com Bruno Garfinkel que, além de vice presidente da FenSeg, é presidente do Conselho Porto Seguro. Confira
Destaque sua experiência no setor de seguros.
Minha vida foi quase praticamente dentro do setor. A Porto Seguro foi adquirida por meu avô Abrahão Garfinkel, em 1972. Coube ao meu pai, depois da morte do patriarca, assumir o negócio junto com sua mãe, Rosa.
Apesar de eu ter atuado em outros segmentos: como o mercado financeiro (trabalhei no banco CCF Brasil S/A); quase toda minha trajetória profissional se deu na indústria do seguro. Comecei na Azul Seguros, em 2004, atuando inicialmente na área de call-center, e depois fui assumindo novas responsabilidades. Liderei a filial de São Paulo e, em 2008, fui convidado para assumir a Diretoria de Sinistros da Porto Seguro.
Deixei a empresa em 2017 quando ocupava o cargo de Diretor da Área de Autos. Neste período, sempre em parceria com minha equipe, consegui implantar algumas inovações, entre elas a Renova Ecopeças, subsidiária responsável pela venda de peças de veículos sinistrados.
Como o senhor avalia as perspectivas do mercado de seguros pelos próximos três anos?
Sou otimista. O setor não deixou de crescer nos últimos anos e minha expectativa é que continuemos, ao menos, acompanhando a evolução do Produto Interno Bruto (PIB).
Essa crença deriva de inúmeros aspectos. Um deles é a baixa penetração dos produtos e serviços. Hoje, menos de 15% das residências estão cobertas por apólices e não chega a 20% o número de brasileiros que possuem proteção da renda pessoal, a partir do seguro de vida.
O barateamento das ferramentas tecnológicas e sua popularização deverão colaborar para que alcancemos, de forma mais rápida e mais eficiente, um número maior de brasileiros. Neste contexto, o corretor de seguros terá o seu papel ainda mais fortalecido. Afinal, o seguro é um produto altamente customizado e cuja compra e venda exige um conhecimento muito grande e um elevado grau de confiabilidade.
Na sua opinião, qual o papel da FenSeg nos dias de hoje?
Vivemos um momento de grandes mudanças e, por conta disso, acredito que FenSeg deva intensificar seu papel como agente do desenvolvimento econômico e social. Para isso, teremos de ser cada vez mais proativos, apostando em estratégias de comunicação e interlocução destinadas a aprimorar a regulamentação do setor de seguros.
As seguradoras possuem um papel chave neste momento em que se redesenham alguns dos pilares da economia, como é o caso da Previdência Pública, e se constrói as bases para o novo papel do Estado na economia. As mudanças na Previdência, por exemplo, exigirão uma grande alteração no mindset dos brasileiros. A responsabilidade pelo futuro de cada um de nós estará cada vez mais em nossas mãos e menos na alçada governamental.
É bom que fique claro que defendo a manutenção das políticas de proteção social, especialmente para os brasileiros mais pobres. No entanto, acreditamos que a introdução de novos modelos de financiamento da aposentadoria, com a capitalização, pode garantir espaço para o crescimento da venda de produtos de Previdência Privada.
Como um dos vice-presidentes da FenSeg o que destaca como ações que podem ser feitas?
Acredito que temos de estar mais próximos dos órgãos legisladores e também do consumidor final. A importância do setor de seguros ainda não é compreendida com clareza e, além do trabalho realizado por cada associado, individualmente, precisamos de uma comunicação institucional forte e que ajude a destacar a importância do setor na vida das pessoas e sua contribuição para o progresso do país.